segunda-feira, 2 de abril de 2012

Motivação para estudar...

                                                                                                                                                    
         É muito comum encontrar crianças que não querem estudar, ou porque não gostam ou porque não conseguem.... mas este tema pode parecer normal desde que não seja o nosso filho! Neste caso, o problema muda de figura e entramos num processo de achar rapidamente uma solução: mudar de colégio, contratar professores particulares, prometer prêmios, ameaçar com castigos....
        Na verdade, o estudante que não quer estudar é aquele que faz o mínimo necessário para passar de ano. Ele aproveita de colegas estudiosos em trabalhos de grupos, copia a matéria que foi dada ( ou não!), cola nas provas... enfim, vive como um parasita. Mas, qual é a causa desta falta de interesse? As raízes podem ser várias... e, muitas vezes, diferentes para cada aluno. Mas há uma que deve ser a principal e resultante das demais: a falta de motivos válidos e suficientes.
        Estuda-se, muito ou pouco, por estudar e não em função de algo que vai além desta atividade e que constitui a sua razão de ser. O estudo é então algo absurdo, sem sentido! O próprio estudante, muitas vezes, não é muito consciente da ausência ou da pobreza dos seus motivos. Muito menos os pais, sobretudo quando o filho passa de ano. Por isso, é necessário que tenhamos um pouco de trabalho para:
  • conhecermos a importância dos motivos no estudo;
  • sabermos a motivação que cada filho tem para estudar;
  • averiguarmos a razão da carência de motivação dos nossos filhos para realizarem suas tarefas;
  • sabermos quais são as melhores  motivações para cada filho e desenvolvê-las.
       Tudo isso exige trabalho por parte dos pais, mas vale a pena! Os filhos não são os únicos que precisam estudar.. para educar, isso também é necessário e essa é a hora de darmos bom exemplo!

        Gif Turma da Mônica A importância na motivação no estudo....

        Todo comportamento do ser humano tem uma motivação por trás. Com a aprendizagem não é diferente! A motivação faz surgir o interesse e o afã de saber que suscita o esforço e ajuda a concentrar a atenção. Sem uma forte motivação não existe força de vontade para realizar o trabalho.

        Claro que a motivação não é o suficiente para aprender... Também é preciso saber estudar. Neste caso,  as ajudas externas podem ser recomendáveis, como professores particulares ou mesmo colegas, que tenham disponibilidade para estudar junto e orientar o estudo de ambos. 

       Gif Turma da Mônica  A qualidade dos motivos está muito relacionada com a qualidade da aprendizagem...

        Geralmente se utilizam duas modalidades de motivação: as extrínsecas e as intrínsecas. A primeira se baseia exclusivamente em procedimentos externos (louvores, repreensões, prêmios, castigos, classificações, reconhecimento social, etc.), que não têm nenhuma relação natural com a tarefa que pretendem estimular. Por exemplo, quando o filho passa de ano e ganha uma bicicleta, está claro que que não existe nexo entre a atividade de estudar e o ciclismo. Mas, se ao contrário desta, há uma relação natural entre a tarefa que se espera do estudante e o estímulo, estamos falando da segunda modalidade:  a de motivação intrínseca. É o caso, por exemplo, de um estudante que quer se corresponder com um colega estrangeiro e, para isso, resolve estudar e aperfeiçoar um segundo idioma.

        As motivações intrínsecas parecem ser mais recomendáveis do que as extrínsecas, porque têm a ver com valores mais profundos e elevados (amizade, curiosidade intelectual...) e também porque respondem a necessidades e convicções próprias, o que supõe uma melhor compreensão da tarefa, um interesse mais duradouro em relação a ela e uma maior satisfação pessoal  na sua realização.

    Gif Turma da Mônica    E a desmotivação para os estudos e o papel dos pais...

        A desmotivação para os estudos está relacionada, em parte, a certas atitudes dos pais. Uma delas é não saber exigir: não se pode esperar o mesmo resultado de todos os filhos, ou exigir somente a classificação (e não o trabalho bem feito), ou tirar satisfações sobre o estudo depois de analisar o boletim (isso deve ser feito antes!).

        Outra atitude errada dos pais é considerar o estudo como um fim em si mesmo. Isso acontece quando achamos que os filhos devem apenas estudar, deixando de fazer outros tipos de atividades (culturais, artísticas, esportivas, domésticas !!!). Se não se fomentar a descoberta e o desenvolvimento de valores não haverá motivação.

        Também e desmotivador, para os filhos, a falta de interesse e ajuda dos pais, durante o estudo diário, o não querer entrar nesse mundo ( a não ser para que se expliquem diante de uma reprovação...). Para eles, isso significa que seus pais não valorizam o seu trabalho.

   Gif Turma da Mônica     E a conduta dos professores? Só os pais são culpados?

        Depende muito também dos professores a desmotivação dos alunos: a forma como dão as aulas, se explicam para que serve cada matéria, se dão exemplos contextualizados e atualizados, se deixam espaço para a interatividade, etc e, é claro, também depende do próprio estudante: cada um tem suas próprias limitações! Neste caso, é importante ressaltar que, o fracasso habitual numa disciplina, por exemplo, pode diminuir o interesse; o não saber estudar, torna menos atraente o trabalho diário; a carência de uma determinada habilidade necessária na aprendizagem de  alguma matéria pode produzir insegurança.

        Tudo isso faz parte do caráter da criança que, felizmente, podemos perceber desde cedo e ajudá-los no que for preciso. Basta aproveitarmos as situações de trabalho e convivência. Ao dedicarmos parte do nosso tempo observando a conduta de cada filho, conseguimos chegar à conclusão de que tipo de intenções eles costumam ter por trás dos seus atos e a que classe de estímulos cada um deles responde melhor.

        Enfim, a motivação dos filhos para o estudo não é algo que se improvisa. É uma arte que convém aprendermos. E é, também, em grande parte, um resultado da forma como nós, pais, cumprimos nossos deveres em relação aos estudos de todos os filhos.