“O poder autoritário dos pais
deixou de existir; as hierarquias e meritocracia foram relegadas a um segundo
plano; os vínculos familiares se enfraqueceram (enquanto os sociais
fortaleceram); tanto o pai quanto a mãe buscam autossatisfação pessoal em
detrimento de uma educação mais presencial; aumentou a “Síndrome do filho
único” (encontrada mesmo entre irmãos;
houve uma melhoria da situação financeira familiar. Além desses fatores,
a internet e os aparelhos eletrônicos têm colaborado muito com essas perdas.”
Diz Içami Tiba numa reportagem à revista Viva S/A, em Setembro deste ano.
E continua: “Quanto menores as
crianças, mais as suas ações buscam satisfazer as suas vontades. É o
amadurecimento que faz com que elas aprendam que, nem tudo é possível de ser
feito! EDUCAR significa preparar os filhos para terem independência financeira,
autonomia comportamental e cidadania ética. É uma ilusão os pais serem tão
permissivos às vontades dos filhos e ainda quererem mudar as regras do mundo
para adaptá-lo a eles. Nenhum país, clube ou escola muda as suas regras para
receber um delinquente.”
E então nós nos perguntamos quem é feliz? Como chegar até ela? Onde
está a tal da felicidade?
A felicidade está muito mais em quem
sabe lidar muito bem com o que tem do que com quem vive chorando pelo que não
tem. Explica Içami Tiba: “Mesmo um filho
fazendo tudo o que tem vontade ainda assim terá seus momentos de infelicidade.
Nesses momentos ele apronta, faz o que não deve, grita e agride quem estiver
por perto. Coitado dele quando os pais fazem de tudo para sossega-lo e atendem
seus desejos, pois, assim, ele está perdendo uma grande oportunidade de
aprender a lidar com a insatisfação.”
A maior queixa dos empregadores
atuais é que os adultos jovens que querem trabalhar não suportam ser
contrariados e largam bons empregos por pequenos aborrecimentos. Os casamentos
hoje duram tão pouco por falta de persistência dos casais em sobreviver a
diferenças.
A dica de Içami Tiba para os pais
modernos é: “exijam que o filho, faça o que fizer, o faça bem feito, o melhor
possível. O objetivo é que ele seja reconhecido como competente e eficaz.
Assim, ele acaba gostando do que faz e não fica simplesmente correndo a vida
toda atrás de fazer só o que gosta.... e aí vai estar a felicidade!”